quinta-feira, 17 de março de 2011

Todo carnaval tem seu fim



Ainda lembro como se fosse ontem daquele carnaval de 76. Eu como sempre sozinho em meio a aquela multidão de gente no baile, e você era a mais linda jovem de todas! Todas as garotas sentiam inveja de sua simplicidade, de sua pureza, beleza e doçura.

Você como a garota mais popular da escola, sempre tinha tudo e todos em suas mãos, e eu, seu melhor amigo e eterno apaixonado, aquele único que realmente se importava com o que você sentia, mas como eu disse, eu era só um amigo!

Ainda sinto o cheiro bom de seus cabelos e a fragrância de rosas que vinha de seu pescoço. Lembro-me da maciez de suas mãos que uniam-se as minhas e me puxava para o meio do baile com um lindo sorriso no rosto, deixando assim subentendido um vem dançar comigo. Naquele dia tínhamos conversado sobre o meu medo de dançar, mas você como sempre me fez entender que eu era capaz e que ao seu lado eu não precisava temer nada.

Em meio aos vários sorrisos, pensei só comigo o quanto eu tinha sorte por ter-la como amiga, e que mesmo desejando-lhe um pouco além, nada iria mudar entre nós se eu arriscasse um beijo. Foi ai então que eu a beijei, e para minha surpresa você retribuiu.

Parecia que alguém falava em minha cabeça “Você não está vivo se não estiver vivendo”, e eu me senti vivo naquele instante, eu poderia até me declarar sem parecer cafona, eu era capaz de tudo! Mas só consegui falar que se realmente todo carnaval tem seu fim, então que seja eterno em quanto dure!

Essa definitivamente não era uma história entre Pierrot e Colombina, era real! Só estamos vivos se deixarmos um pouco de lado a razão e agirmos com o coração, independente de quebrar a cara ou não, eu tinha que saber se realmente valia apena arriscar tudo, e valeu. Cada beijo, cada toque, cada suspiro, cada afago delirante de uma ardente paixão.

Depois do baile, lhe deixei perto de sua casa e pensei... “Faria tudo de novo sem medo de nada, pois não há barreiras para o amor. Seja amigo, ficante, namorado ou qualquer outra coisa, o importante é ser feliz e fazer os outros felizes, eu tenho a certeza que naqueles poucos momentos em que fomos um só, a felicidade fluía de nós!”

 (Foto do blog: A memoria esquecida)

[Queria desculpar-me pela demora a postar, é que ando meio "de mal" com meus textos, mas fizeram um pedido especial e aqui estou eu postando! Talita e Bia desculpa mesmo por ter sumido!]