quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Paranoid Android




Nem todos os cigarros do mundo acalmariam meu "estado de espírito" nesse minuto. Tão pouco nem um tipo de antidepressivo pode acalmar meu corpo sedento de felicidade. Já que é meio difícil descrever a dor que se alojou em meu ser, a falta de cor do meu universo e o silêncio mórbido de meus dias. Pois tudo o que toco é frio, cinza e morto.

Minhas engrenagens estão desgastadas e enferrujadas, meu corpo de zinco mais parece ferro velho. E o coração? Que coração? Onde já se viu um androide com coração? Tudo que tenho são fios, cabos, chips e placas. Meus sentimentos se resumem a comandos cibernéticos, onde apenas obedeço a minha programação sistematizada em serie, e absolutamente nada me arrancaria uma lágrima do meu tão precioso fluído. Nem amores, nem pessoas, nem sentimentos, nem nada.

Quem sabe esse silêncio que ecoa em mim seja um breve exemplo do que sou para o mundo. Quem sabe eu sou apenas uma pilha de ferro retorcido ambulante, como dizem por ai. Quem sabe tudo que fiz pra ser alguém normal não serviu para exatamente nada.