Nem todos os cigarros do mundo
acalmariam meu "estado de espírito" nesse minuto. Tão pouco nem um tipo de
antidepressivo pode acalmar meu corpo sedento de felicidade. Já que é meio difícil descrever a dor
que se alojou em meu ser, a falta de cor do meu universo e o silêncio mórbido de
meus dias. Pois tudo o que toco é frio, cinza e morto.
Minhas engrenagens estão
desgastadas e enferrujadas, meu corpo de zinco mais parece ferro velho. E o
coração? Que coração? Onde já se viu um androide com coração? Tudo que tenho
são fios, cabos, chips e placas. Meus sentimentos se resumem a
comandos cibernéticos, onde apenas obedeço a minha programação sistematizada em
serie, e absolutamente nada me arrancaria uma lágrima do meu tão precioso
fluído. Nem amores, nem pessoas, nem sentimentos, nem nada.
Quem sabe esse silêncio que ecoa
em mim seja um breve exemplo do que sou para o mundo. Quem sabe eu sou apenas
uma pilha de ferro retorcido ambulante, como dizem por ai. Quem sabe tudo que
fiz pra ser alguém normal não serviu para exatamente nada.