Essa não é mais uma carta de amor
que escrevo. Na verdade, posso dizer que isso é um desabafo de alguém que ama
solitariamente. Alguém que ouve, mas que jamais poderá ser ouvido...
Em meus passos lentos e frágeis,
tentei trazer você para minha realidade. Com minhas palavras, tentei falar que
era você que eu sempre quis por perto. Com minhas mãos tentei puxar-lhe para
meu lugar, mas nossos mundos distintos e de diferentes realidades não deixaram
que em você eu depositasse aquilo que guardei de melhor.
Com minhas simples palavras, tento chegar
aos seus olhos. Tento trazer-lhe para meu presente. Mais que presente este que
o destino me reservou? Um amor pelo qual não sei se posso arriscar, ou melhor,
se devo arriscar? Por que luto por algo que entre linhas aprendi se na teoria
tudo é mais pratico e fácil? Mais o amor (êita amor), palavrinha de quatro
letras que não se encaixa em nenhuma regra além da gramatical. Difícil de por
em prática, seja por uma simples amizade ou algo mais afetivo. Difícil de
lidar, difícil de viver, difícil se livrar... Difícil de esquecer.
Não sei como lhe direi que de você eu
só quero amor. Pode ser que eu pinte os pássaros com sua cor preferida, e ponha
seu perfume em todas as flores de seu trajeto, ou talvez possa, quem sabe, até
espalhar banners pela cidade toda com palavras de afeto, assinadas pelo apelido
que só você sabe. Não sei o que fazer. Talvez, talvez a resposta disso tudo
esteja em seu reflexo que olho na janela, pois nessa hora crio coragem de
gritar para o mundo, que todo esse carnaval de sentimentos que em meu peito
batuca é puro e verdadeiro, e que esse sentimento é único e é exclusivamente
seu. Paro e penso, e na dúvida que me mata aos poucos, tudo se cala em mim.
Emudeço, talvez assim, você perceba que o que eu sempre quis dizer é “Eu te
amo”.